sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sociedade Águas do Luso

A venda da água do luso

Os excelentes resultados da Água Termal do Luso no tratamento das doenças de pele já tinham uma consagração secular, mas foi Manuel Bento de Sousa o primeiro médico a beber a água directamente da nascente e, sentindo-se bem, fez deste exemplo um ritual enquanto se encontrou em Luso a fazer tratamentos termais. De imediato recomendou-a aos banhistas e seus doentes em Lisboa, tornando-a conhecida na capital. Começa então a propaganda às virtudes terapêuticas da Água Termal do Luso.
O primeiro recibo de venda da Água Termal do Luso data de 1894, ano em que foi entregue o Alvará de Concessão para a exploração das águas termais. Em 1900 a Direcção da Sociedade comprou “(…) maquinas  próprias para lavar , encher e rolhar garrafas… a fim que a Água chegue às mãos do consumidores no seu completo estado de pureza”.
Em 1903 Charles Lepierre, reconhecido cientista francês, realizou a primeira análise bacteriologia à Água Termal do Luso, classificando-a de “água muitíssimo pura”. Os médicos de todo o país chegavam à conclusão empírica que a Água Termal do Luso, revelava poderes no tratamento de doenças de pele, do aparelho respiratório e aparelho digestivo.

Em 1913 foi atribuída à Água Termal do Luso uma medalha de ouro na Exposição de Águas Minerais, em Madrid. Iniciou-se a comercialização da Água do Luso gaseificada, cujas vendas passaram de 1876 litros para 16924 litros vendidos em apenas um ano.
            Em 1915 as vendas da Água Termal do Luso ultrapassaram 1 milhão de litros. Em 1916 iniciou-se o fabrico e comercialização dos refrigerantes sortidos da Água do Luso: laranja, ananás, limão, morango, groselha e tangerina, que se foram extinguindo gradualmente.
No mesmo ano foram aprovados os novos estatutos para a Sociedade da Água do Luso, SARL, substituindo a Sociedade para o Melhoramento dos Banhos do Luso, e surgiu pela primeira vez, no Relatório de Contas anual, 1º logótipo da empresa, que vigorou até 1938.
            Entre 1924 e 1925 foi construído um edifício destinado especificamente ao engarrafamento da Água Termal do Luso (actual edifício sede). Em 1930 as suas vendas atingiram quase 2 milhões de litros.


            Em 1931 a SAL retomou a produção e comercialização dos refrigerantes: yougura e lusoranja, que me 1936 foram “(…) premiados com Medalhas de Ouro na Feira de amostras da Indústria Nacional e na Grande  Exposição Industrial Portuguesa – Lisboa”.
            Em 1938 procedeu-se ao primeiro registo de marca do actual logótipo da empresa, inspirado na escultura do célebre, mestre João da Silva.

Origem do Luso do Banhos e da Empresa

            Em 1726 surge a notícia no “Aquilégio Medicinal” – primeiro inventário das águas minerais portuguesas da autoria do Dr. Francisco da Fonseca Henriques, médico da corte de D. João V – da existência de “hum olho agoa quente, a que chamam o Banho”, localizado no lugar do Luso.
            Em 1775 José António de Morais, médico da freguesia do Luso, descobriu “as virtudes terapêuticas d’essas aguas quentes, curando com elas d’uma moléstia grave, a Rainha D. Maria I (…)” e mandou erguer estruturas em torno da nascente, para facilitar o acesso dos “banhistas”.


            Em 25 de Agosto de 1852, por iniciativa de António augusto da costa Simões, Francisco António Diniz e Alexandre Assis Leão foi fundada a sociedade para o Melhoramento dos Banhos do Luso. O capital social da sociedade era de 3 000$000 réis e “(…) compõem-se de trezentas acções de 10$000 réis cada uma…”.
            A inauguração da linha de caminho de ferro da Beira Alta em 1882 e o emprenho do Dr. Emídio Navarro, Ministro das Obras Públicas  em 1884, contribuíram para todo o desenvolvimento e promoção da região.
Em 1884, por iniciativa do Conselheiro José Luciano de castro, foi construída a Casa da Associação – que mais tarde passou a designar-se “Club”, “Grémio”, e actualmente “Casino”: um espaço próprio com vista ao lazer e ao entretenimento dos banhistas.
            Em 1893 foi construído um novo edifício dos banhos, desgnado de “anexo” (actual Serviço de medicina Física e Reabilitação). Um ano depois surgiu a primeira referência à piscina existente no Bloco de Fisioterapia. Este novo edifício tinha “(…) segundo especialistas… uma das piscinas mais belas da Europa”, enriquecendo com novos tratamentos o leque de ofertas aos banhistas. Assim, e para além dos banhos da piscina, o anexo ficou dotado de “(…) em apparello de douche móvel para jacto pleno, chuva ou leque conforme as indicações… um apparello para douches circulares; e dois para douches verticais, em chuva; e dois para douches de assento (…).


                                       

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